segunda-feira, 14 de outubro de 2013

QUINZE PONTOS PARA FORMAR O CARÁTER

1. Praticar o perdão.
2. Praticar a magnanimidade de mente.
3. Controlar sua conduta e temperamento.
4. Trabalhar para a melhoria social.
5. Manter autocontrole interno.
6. Manter conduta doce e sorridente.
7. Praticar coragem mental.
8. Dar exemplo com sua própria conduta.
9. Abster-se de criticar aos outros.
10. Seguir Yama e Niyama.
11. Praticar autocorreção de seus erros.
12. Manter-se livre de ódio, raiva e vaidade.
13. Abster-se de falar desnecessariamente.
14. Seguir estritamente as disciplinas.
15. Ter senso de responsabilidade.

Shrii Shrii Anandamurti

Ashtaunga Yoga e os Princípios Éticos

O Yoga dos Oito Ramos


O Yoga Clássico recebe o nome de “Ashtaunga Yoga” e foi sistematizado pelo yogue Patanjali, que viveu entre 200 a.C. a 400 d.C. Ashta significa “oito” e Aunga, “partes, ramos ou membros”. Os “Oito Ramos do Yoga” são respectivamente:

1) Yama - Comportamento Social
2) Niyama – Disciplinas Pessoais
Bem-estar pessoal e social
3) Asana – O Corpo
4) Pranayama – A Respiração
5) Pratyahara – Os Sentidos
Bem-estar físico
6) Dharana – Concentração
7) Dhyana – Meditação
8) Samadhi – Liberação
Bem-estar mental

Trata-se de um sistema completo para o autodesenvolvimento do indivíduo que busca aperfeiçoar-se tanto nas esferas pessoais – seu corpo, mente e espírito, assim como em sua conduta social e universal, ou seja, a base ética da qualidade das relações que estabelece com o mundo ao seu redor – que espelham e refletem o gentil e corajoso esforço de refinar-se interiormente.

No sistema clássico do Yoga, os Princípios Éticos Universais chamados de Yama e Niyama, são as bases para se ingressar e então avançar com segurança nas práticas de autodesenvolvimento. Isto por que auxiliar um indivíduo desprovido de ética e compaixão a expandir suas capacidades físicas e seu poder mental certamente acarretará em seu próprio infortúnio assim como levará ao sofrimento as pessoas e demais seres ao seu redor. (Haja visto o resultado das ações de políticos, militares, religiosos e empresários poderosos, desprovidos de ética e compaixão, que levam toda uma sociedade e a natureza ao padecimento pela exploração, desigualdade, alienação, violência e injustiça).

Assim sendo, ao aspirante que deseja iniciar-se na senda do Yoga, é requerido um exame sincero de consciência que o leve a refletir sobre sua afinidade natural com os princípios éticos de Yama e Niyama. Caso encontre a si mesmo despreparado para avançar, é sugerido que busque instruções de como refinar-se no caminho da compaixão, dedicando parte de seu tempo e energia a servir, desinteressadamente a pessoas e seres em sofrimento.

É uma sugestão difícil para este tempo em que a mentalidade mercantilista, acostumou-nos a acreditar que temos direito a tudo por termos dinheiro para pagar e comprar. Todavia, no campo da espiritualidade sincera e verdadeira, não há moeda mais valiosa que a simplicidade, a humildade e a compaixão, que não podem ser adquiridas por meio de valor material algum, somente por experiências pessoais de dedicação e serviço desinteressado ao próximo e à criação em sofrimento.


Os Princípios de Ética Universal – Yama e Niyama


 YAMA (Princípios de Ética Social)


1. AHIMSA – significa não ferir ou magoar intencionalmente nenhum ser, mesmo lhes causar sofrimento através de pensamentos, palavras ou ações.

2. SATYA – consiste em usar a mente e as palavras com propósitos benevolentes, mantendo o espírito da verdade.

3. ASTEYA – significa abster-se do desejo de tomar ou manter objetos alheios; Asteya significa não roubar.

4. BRAHMACARYA – consiste em manter a mente absorta em Brahma – a Consciência Suprema – a todo instante.

5. APARIGRAHA – é abster-se de coisas supérfluas e desnecessárias à manutenção do corpo. Levar uma vida simples.


NIYAMA (Princípios de Ética Pessoal)


1. SHAOCA – limpeza do corpo e da mente. Os métodos para a purificação mental são: benevolência para com todos os seres, serviço e dedicação ao bem-estar dos outros e ser sempre prestativo.

2. SANTOSA – significa manifestar contentamento em relação a tudo o que lhe for dado, mesmo com aquilo que não foi desejado. É importante manifestar alegria constante.

3. TAPAH – consiste em suportar as provações físicas para alcançar a meta. As formas de fazer tapah são: upavasa (jejum), serviço ao Guru (Preceptor), serviço aos pais e yajina. Há quatro modalidades de yajina: pitr yajina (serviço aos ancestrais), nr yajina (serviço à humanidade), bhuta yajina (serviço aos seres inferiores) e adhatma yajina (serviço à Consciência Suprema). Para os estudantes, o estudo é a principal forma de tapah.

4. SVADHYAYA – significa estudar e busca compreender profunda e apropriadamente as escrituras e os livros filosóficos.

5. IISHVARA PRANIDHANA – é ter firme confiança implícita em Iishvara – o Controlador Cósmico -, seja no prazer, seja na dor, na prosperidade e na adversidade, e perceber a si mesmo, em quaisquer atividades da vida, como um instrumento e não como o controlador do instrumento.


Por Rogério Satyavan – 12/03/2014



PARA REFLETIR

Princípios de harmonia com os outros:

Não Ferir1. Respeitar aos outros é importante para mim?
2. Eu sinto dor quando causo dor aos outros ou vejo alguém sofrer?
3. Eu tento não alimentar pensamentos negativos sobre ninguém?
4. Eu tento esquecer aqueles que me causaram algum dano e não sou vingativo?


Verdade1. Eu tento usar as palavras de modo que as pessoas sintam-se alegres e felizes?
2. Sou paciente com os outros e não uso palavras ásperas ou ofensivas mesmo quando aborrecido?
3. Nunca revido, calunio ou comento e não faço brincadeiras de mal gosto ou coisas desse tipo?
4. Eu sei quando e como ser diplomático para não ser inconveniente à outros?


Não Roubar1. Respeito a propriedade alheia e não pego nada que não me pertence?
2. Não invejo o sucesso dos outros?
3. Não trapaceio nem calunio ninguém?
4. Nada tomo nada emprestado sem pedir permissão e sem consentimento?


Vida Simples1. Tento manter minha vida simples e natural e não procuro luxuria desnecessária para a vida?
2. Não tenho interesse em ter mais do que necessito?
3. Acredito que todos os seres vivos são membros de uma grande família e que todos devemos cuidar
uns dos outros?
4. Tento não me apegar a meus pertences ou a outros objetos materiais?


Conhecimento Espiritual1. Eu me sinto constantemente guiado por um elevado e benevolente poder. Sinto que nunca estou só?
2. Reconheço não haver nenhuma distinção de classe, raça, sexo, cultura e vejo todos como irmãos e irmãs?
3. Mesmo convivendo com o mundo material, tento manter minha mente absorta em pensamentos elevados e vejo todas as entidades como expressões do Infinito?
4. Não importa o que aconteça, sinto que estou movendo-me em um fluxo cósmico e que tudo acontece para o melhor?


Princípios de harmonia para consigo mesmo:


Pureza1. Mantenho a pureza do meu corpo, inclusive selecionando os alimentos que como?
2. Procuro não deixar que minha mente polua-se com pensamentos negativos ou emoções negativas como:
raiva, inveja, cobiça, etc?
3. A limpeza e ordem do ambiente em que vivo refletem a disciplina e conduta mental?
4. Tento não deixar minha mente degradar-se ou perturbar-se?


Equilíbrio Mental1. Procuro manter minha mente num estado de perpetua paz e, mesmo perturbado ou numa situação
constrangedora, eu raramente me aborreço?
2. Quando é necessário retificar erros ou agravos sempre mantenho minha mente equilibrada?
3. Nada é rotina ou chato para mim, vivo todos os dias com prazer?
4. Sinto-me em casa e tranqüilo em qualquer lugar?


Serviço desinteressado1. Tento atender as necessidades de outras pessoas fisicamente, mentalmente e espiritualmente, mesmo
através de meus proprios sofrimentos e privações?
2. Posso dar aos outros sem esperar nada em troca?
3. Faço uso de discernimento quando sirvo aos outros, assim meu serviço rende o máximo de benefícios?
4. Sinto-me feliz pelas oportunidades de servir aos outros e tento ver aqueles à quem sirvo como expressão da Consciência Infinita?


Estudos espirituais1. Tento ler temas elevados diariamente?
2. Quando leio, tento compreender o verdadeiro significado dos temas espirituais?
3. Não me engano ou confundo com dogmas irracionais?
4. Tento interiorizar as idéias elevadas que leio e aplico-as em minha vida diária?


Meditação1. Meditação é a parte mais importante do meu dia?
2. A meta da minha vida é a auto-realização e tento dirigir meus pensamentos e ações para esta meta?
3. Minha satisfação maior vem de dentro de mim?
4. Faço um esforço sincero e contínuo para reunir toda a energia difusa da minha mente e focalizar na consciência interna?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Mahamudra de Tilopa

A Instrução Mahamudra para Naropa em Vinte e Oito Versos

A Instrução Mahamudra para Naropa em Vinte e Oito Versos foi transmitida pelo grande mestre e mahasiddha Tilopa ao pandita, sábio e siddha de Kashmir, Naropa, próximo aos bancos do rio Ganges, após completar suas doze austeridades. Naropa transmitiu os ensinamentos em sânscrito, na forma de vinte e oito versos, ao grande tradutor Marpa Chökyi Lodrö, que fez uma tradução livre deste texto em sua vila, Pulahari, na fronteira do Tibet com o Butão.

Homenagem aos Oitenta e Quatro Mahasiddhas!

Homenagem ao Mahamudra!

Homenagem à Vajradakini!



[1] O Mahamudra não pode ser dito, mas ó inteligente Naropa,

Como você passou pela austeridade rigorosa,

Com tolerância no sofrimento e devoção ao mestre,

Ó abençoado, guarde esta instrução secreta em seu coração.


[2] O espaço é suportado em algum lugar? Sobre o que ele repousa?

Como o espaço, o Mahamudra não depende de coisa alguma;

Relaxe e se assente no continuum da pureza indestrutível

E, com as amarras soltas, a liberação é certa.


[3] Olhando concentradamente para o céu vazio, a visão cessa;

Do mesmo modo, quando a mente olha para a própria mente,

Termina o treinamento do pensamento discursivo e conceitual

E a iluminação completa é obtida.


[4] Assim como a neblina da manhã se dissolve no ar,

Indo a lugar nenhum mas cessando de ser,

As ondas da conceitualização — tudo criação da mente — se dissolvem

Quando você observa a verdadeira natureza de sua mente.


[5] O espaço puro não tem cor ou forma

E não pode ser manchado de preto ou branco;

Assim também, a essência da mente está além da cor e da forma

E não pode ser manchada por ações negras ou brancas.


[6] A escuridão de mil eras não tem poder

Para ofuscar a claridade de cristal do coração do sol;

E do mesmo modo, eras de samsara não têm poder

Para encobrir a luz clara da essência da mente.


[7] Apesar do espaço ser designado de vazio,

Na realidade ele é inexprimível;

Apesar da natureza da mente ser chamada de luz clara,

Sua própria atribuição é uma ficção verbal sem base.


[8] A natureza original da mente é como o espaço;

Ela permeia e abraça todas as coisas sob o sol.

Seja calmo e permaneça relaxado no conforto genuíno,

Seja quieto e deixe o som reverberar como um eco,

Mantenha silenciosa a sua mente e assista o fim de todos os mundos.


[9] O corpo é essencialmente vazio, como um tronco de junco,

E a mente, como o espaço puro, transcende absolutamente o mundo do pensamento;

Relaxe em sua natureza intrínseca, sem abandono ou controle —A mente sem objetivo é o Mahamudra

—E, com a prática perfeita, a iluminação suprema é obtida.


[10] A luz clara do Mahamudra não pode ser revelada

Pelas escrituras canônicas e tratados metafísicos

Do Mantravada, das Paramitas ou do Tripitaka;

A luz clara é encoberta pelos conceitos e idéias.


[11] Nutrindo preceitos rígidos, o verdadeiro samaya é enfraquecido,

Mas com a cessação das atividades mentais, todas as noções fixas se apaziguam;

Quando a maré do oceano é una com suas profundezas pacíficas,

Quando a mente nunca se desvia da verdade indeterminada e não-conceitual,

O samaya inquebrável é como uma lâmpada acesa na escuridão espiritual.


[12] Livre dos conceitos intelectuais, desaprovando os princípios dogmáticos,

A verdade de cada escola e escritura é revelada.


[13] Absorvido no Mahamudra, você está livre da prisão do samsara;

Equilibrado no Mahamudra, a culpa e a negatividade são consumidas;

E como um mestre do Mahamudra, você é a luz do Dharma.


[14] O tolo em sua ignorância, desprezando o Mahamudra,

Nada conhece além da luta na inundação do samsara.

Tenha compaixão por aqueles que sofrem de constante ansiedade!

Doente de um sofrimento inflexível e desejando a liberação, adira a um mestre,

Pois quando a bênção dele tocar o seu coração, a mente é liberada.


[15] Kyeho! Ouça com alegria!

O investimento no samsara é fútil; é a causa de cada ansiedade.

Já que o envolvimento mundano é inútil, procure o coração da realidade.


[16] Na transcendência das dualidades da mente, está a visão suprema;

Em uma mente calma e silenciosa, está a meditação suprema;

Na espontaneidade, está a atividade suprema;

E quando todas as esperanças e medos falecem, a meta é alcançada.


[17] Além de todas as imagens mentais, a mente é naturalmente clara:

Não siga outro caminho que não seja o dos buddhas,

Não aplique técnica alguma para obter a iluminação suprema.


[18] Kyema! Ouça com simpatia!

Com a sabedoria em seu lamentável predicamento mundano,

Percebendo que nada pode durar, que tudo é como um sonho,

Como uma ilusão sem significado, que provoca frustração e aborrecimento,

Retorne e abandone suas buscas mundanas.


[19] Corte o envolvimento com sua terra natal e seus amigos

E medite sozinho em um retiro na floresta ou na montanha;

Fique lá em um estado de não-meditação

E, atingindo o não-atingimento, você atinge o Mahamudra.


[20] Uma árvore estende seus galhos e põe folhas,

Mas quando sua raiz é cortada, sua folhagem seca.

Assim também, quando a raiz da mente é cortada,

Os galhos da árvore do samsara morrem.


[21] Uma única lâmpada elimina a escuridão de mil eras;

Do mesmo modo, um único lampejo da luz clara da mente

Apaga eras de condicionamento kármico e cegueira mental.


[22] Kyeho! Ouça com alegria!

A verdade além da mente não pode ser compreendida por qualquer faculdade mental;

O significado da não-ação não pode ser compreendido pela atividade compulsiva;

Perceber o significado da não-ação e do além-mente

Corta a mente em sua raiz e repousa na consciência nua.


[23] Permita que as águas barrentas da atividade mental se clareiem;

Refreie tanto a projeção positiva quanto a negativa —

Deixe as aparências sozinhas.

O mundo dos fenômenos, sem adição ou subtração, é o Mahamudra.


[24] A onipresente base não-nascida dissolve seus impulsos e delusões;

Não seja convencido ou calculista, mas repouse na essência não-nascida

E deixe se dissolver todos os conceitos de si mesmo e do universo.


[25] A mais elevada visão abre cada porta;

A mais elevada meditação sonda as profundezas infinitas;

A mais elevada atividade é não-governada, porém decisiva;

E a mais elevada meta é o ser comum, sem esperança ou medo.


[26] No começo, seu karma é como um rio caindo em um desfiladeiro;

No meio, ele flui como um rio Ganges serpenteando gentilmente;

E no fim, assim como um rio se torna um com o oceano,

Ele termina na consumação, como o encontro de mãe e filho.


[27] Se a mente for estúpida e você for incapaz de praticar estas instruções,

De reter a respiração essencial e expelir a seiva da consciência,

De praticar olhares fixos — métodos de focalizar a mente —,

Discipline-se até que o estado de consciência mental se estabeleça.


[28] Quando servir a uma consorte, a consciência pura do êxtase e da vacuidade surgirá.

Disposto na abençoada união da sabedoria e dos meios hábeis,

Envie a bodhichitta vagarosamente baixo, retenha-a, retraia-a para cima

E, conduzindo-a à fonte, sature o corpo inteiro.

Mas essa consciência surgirá apenas se o desejo e o apego estiverem ausentes.

Então, obtendo a jovialidade da vida longa e eterna, crescente como a lua,

Radiante e clara, com a força de um leão,

Você obterá rapidamente o poder mundano e a iluminação suprema.


Possa esta instrução essencial do Mahamudra Permanecer nos corações dos seres afortunados.



domingo, 5 de maio de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Biopsicologia – A Ciência Corpo-Mente do Bem Estar

O corpo humano é uma máquina biológica. Alta ou baixa secreção de qualquer glândula trará a esta máquina diferentes tipos de impulsos. A Biopsicologia é a ciência do controle das propensões da mente diretamente na fonte, isto é, no chakra onde elas são primeiramente geradas e expressas. Os Chakras são a contraparte sutil, energética, das glândulas endócrinas.  Através de uma série de técnicas físicas e psíquicas derivadas do milenar Tantra Yoga, podemos equilibrar as secreções hormonais, e assim controlar propensões mentais e emocionais, mantendo o equilíbrio da energia sutil nos chakras. Quais são estas técnicas? 

As práticas psico-físicas incluem: 

- Posturas de yoga: através de torções e flexões suaves do corpo, certas regiões onde os chakras estão localizados são pressionadas seletivamente, assim como suas glândulas endócrinas correspondentes. Tais massagens ajudam a tonificar as glândulas, equilibrando as secreções hormonais e controlando as propensões mentais relacionadas aos chakras.

- As técnicas de controle da respiração, conhecidas como Pranayamas, revitalizam os chakras e retificam qualquer desequilíbrio neles. Os Pranayamas ajudam também a controlar a pressão arterial e os batimentos cardíacos, baixando a ansiedade, amenizando estados de estresse, trazendo clareza de pensamentos e estado de presença para a mente. 


- A prática regular de concentração e meditação, assim como os Pranayamas, atuam diretamente sobre o sistema nervoso, tranquilizando os batimentos cardíacos, baixando a pressão arterial, controlando o estresse e a ansiedade. Além disso, as práticas meditativas criam um ambiente interno propício para o auto-conhecimento e o contato íntimo com o Eu Profundo, a fonte criativa e intuitiva do ser. 


- Cântico de mantras: cada chakra possui uma ‘canção’ que lhe é própria; entoar tais canções é também um modo de as ‘encantar’ e harmonizar. 


- Entre outras técnicas, exercitamos o controle da energia vital por meio de visualizações, alimentação balanceada, silêncio, contato com a natureza e contemplação. 


A Biopsicologia é assim uma ‘psicologia prática’ que, além de analisar e diagnosticar desequilíbrios desde a raiz, contém um rico sistema de técnicas para restaurar o equilíbrio mental, emocional e a saúde física. 


Mas mera saúde do corpo e o equilíbrio mental não são os objetivos da vida: são sim as firmes bases sobre as quais um maior desenvolvimento deve se fundamentar. O verdadeiro objetivo da vida é algo muito maior – trata-se da elevação da energia vital aos seus mais altos níveis, para a realização da nossa unidade com o Infinito.

No Instituto Sada Shiva de Yoga, em Caraguá, as técnicas de Biopsicologia são praticadas!


domingo, 7 de abril de 2013

12 Poemas de Kabir

12 Poemas de Kabir


Estas 12 jóias fazem parte da seleção dos 100 poemas de Kabir traduzidos por Rabindranath Tagore para o inglês. A versão de Tagore tornou Kabir amplamente conhecido no Ocidente. Recriei os 100 poemas em português, procurando devolver a eles uma sonoridade que foi muitas vezes perdida na tradução pioneira de Tagore (Attar Editorial, no prelo). 
José Tadeu Arantes





[Poema 33]



De que me servem as palavras,

Se o amor embebedou-me o coração?

Se envolvi o diamante com meu manto,

Por que desfaria o embrulho?

*

Quando sua carga era leve,

O prato da balança se erguia.

Agora, que o prato está cheio,

Qual a necessidade de pesar?

*

O cisne que pousou no lago

Buscaria outra vez a poça d’água?

Se o Senhor está dentro de ti,

Para que abrir os olhos?

*

Kabir diz: Escutai, ó irmãos!

Aquele que roubou meu olhar agora vive comigo.

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[Poema 12]



Conta-me, ó Cisne, tua velha história.

De onde viestes? Para onde vais?

Em que margem pousarás para descansar?

A qual meta entregastes o coração?

*

Esta é a manhã da consciência!

Voemos juntos! Desperta! Segue-me!

Há um lugar livre da dúvida e da tristeza,

Onde o terror da morte não impera.

*

Lá, florescem bosques em eterna primavera,

E sua fragrância faz avançarmos mais e mais.

Imerso nela, o coração, qual abelha, se inebria.

Imenso nela, já não quer outra alegria.

Nota ao Poema 12

Dos poemas vertidos por Tagore, este foi, talvez, o que mais repercutiu no Ocidente, impressionando profundamente Yeats e outros intelectuais que o leram. De fato, o símbolo do cisne é recorrente na cultura mundial. A história do Patinho Feio, que, ridicularizado por sua aparência e inadaptado ao seu meio durante a infância, cresce e amadurece como um esplêndido cisne, é uma clássica metáfora daquele que trilha o caminho espiritual. Seu autor, o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 – 1875), a considerava autobiográfica. E o escritor Idries Shah afirma que Andersen se inspirou em uma passagem do Masnavi, a obra-mestra de Rumi. No hinduísmo, o cisne é a montaria (vahana) da deusa Saraswati, protetora do conhecimento, da música e da literatura. E o título Paramahansa (Supremo Cisne) foi atribuído a muitos mestres que teriam alcançado a iluminação, aludindo à capacidade do cisne de transitar entre os diferentes planos de realidade (a terra, a água, o ar) sem se apegar a nenhum deles. Ramakrishna e Yogananda foram os mais famosos iogues dos tempos modernos que receberam esse título.



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[Poema 78]



Ó Sadhu!

Ouve minhas palavras imortais.

Para teu próprio benefício, considera-as bem.

Tu te afastaste do Senhor, da árvore na qual floresceste.

Afastando-te, perdeste o senso. Perdendo o senso, compraste a morte.

*

Todos os saberes, todos os ensinamentos provém dele. De quem mais?

Se tens isto por certo, o que há para temer? Então, nada teme.

Qualquer nome que invoques nomeia o Sem Nome.

Entende isto e livra-te do ardil das palavras.

*

Ele habita o coração de todas as coisas.

Por que, então, se refugiar no deserto desolador?

Se pões o Senhor longe de ti, o que reverencias é a distância.

Se o Senhor não está perto, quem é, então, que sustenta este mundo?

*

Kabir diz: Por que sofres com a dor da separação, se Ele te preenche?

Conhece-te a ti mesmo, ó Sadhu, e o conhecerás integralmente.

Pois, dos pés à cabeça, não há nada em ti que não seja Ele.

Canta com alegria e o sentirás em teu coração.



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[Poema 15]



Lá, onde reina a eterna primavera,

Onde o Som Não Percutido soa por si só,

Onde a Luz Imaculada preenche o espaço todo;

*

Lá, onde milhões de Bramas lêem os Vedas,

Onde milhões de Vishnus inclinam suas cabeças,

Onde milhões de Shivas imergem em contemplação;

*

Lá, onde milhões de Krishnas sopram suas flautas,

Onde milhões de Saraswatis dedilham as douradas vinas,

Onde a miríades de deuses, anjos e iluminados vivem contentes;

*

Lá, nessa outra margem que poucos alcançam,

Nessa praia distante, meu amado Senhor se desvela,

E o odor de flores e pasta de sândalo perfuma esse confim

Nota ao Poema 15

Expressões como “som não percutido” e “luz imaculada”, que aparecem neste poema, não são simples soluções poéticas, mas conceitos que, na alta espiritualidade indiana, possuem sentidos precisos. Talvez fique mais fácil entendê-los se tivermos em mente algumas noções do esquema cosmogônico do shaiva siddhanta, a tradição dos “iogues perfeitos”. Nesse modelo, Aum (o “som primordial” ou “som não percutido”) e Ananda (que costuma ser traduzido como “suprema beatitude” ou “supremo gozo”, mas também poderia ser percebido, extrassensorialmente, como “luz imaculada”) são as primeiras manifestações fenomênicas de Deus. Não são a “voz de Deus” ou a “luz de Deus”, como às vezes se diz. Mas o próprio Deus, manifestando-se como movimento, oscilação ou vibração, extrafísicos ou metafísicos. Também não são som e luz na acepção material das palavras. Mas o protossom e a protoluz, que, somente após muitas “veladuras”, poderão ser apreendidos como som e luz no plano sensível.

Em tal esquema, Deus é, primordialmente, Parashiva, que corresponde ao Brahman ou Parabrahman do vedanta. Parashiva é a Realidade Absoluta. Indescritível, inimaginável, inconcebível, constitui o supremo mistério. Um incompreensível “impulso instaurador” (spanda) faz com que Parashiva emerja de sua completa autoimersão e, “extrovertendo-se”, se manifeste como Shiva, a pura consciência, a pura potência, o puro auspício – o saber ser, o poder ser, o querer ser, mas ainda não o ser. Se Parashiva é o inefável, Shiva, seu primeiro tattva ou manifestação, é a suprema quietude, na qual o cosmo inteiro repousa, em um estado puramente potencial e incriado. O “impulso instaurador”, porém, continua. E Shiva, “avivando-se”, manifesta-se como Shakti, o segundo tattva, que é o poder de expressão, o poder de atuação, o poder de objetivação – capaz de, a partir do saber ser, do poder ser, do querer ser, produzir efetivamente o ser.

Parashiva, Shiva e Shakti constituem a Suprema Tríade, a Santíssima Trindade, os três momentos do Divino, que precedem qualquer fenômeno e o próprio ser. O ser e, a partir dele, toda a realidade fenomênica só irão se efetivar, graças aos poderes da Shakti, por meio de Aum, o verbo primordial. De forma apenas alusiva e grosseira, poderíamos representar Parashiva, inteiramente ensimesmado, por meio do “grande ponto” (mahabindu). Shiva, que constitui uma expansão infinita, mas puramente virtual, de Parashiva, seria algo como um oceano vazio, que contém, no entanto, todas as possibilidades metacósmicas e cósmicas. No domínio da Shakti, e por meio de Aum, que é a manifestação de seu poder instaurador, o oceano vazio se enche de “luz imaculada” e se transforma no oceano de beatitude (Ananda). Tornam-se presentes, então, as três características que constituem o Divino Manifesto: Sat (ser), Chit (consciência) e Ananda (beatitude). A partir de Sat-Chit-Ananda ou Satchidananda (que é a contração dos três termos), e mediante uma sucessão de “veladuras” (tattvas), a realidade material é, finalmente, produzida (*).

(*) O modelo do shaiva siddhanta utiliza um esquema de 36 tattvas, ou instâncias, para descrever e explicar essa descida do Uno ao múltiplo. Parashiva, que precede toda a manifestação, é o atattva, isto é, o não tattva, a não instância A partir de seu misterioso “impulso instaurador”, são geradas, sucessivamente, instâncias cada vez mais veladas e fragmentadas, até se chegar ao mundo material, com sua miríade de entes e fenômenos. Tais instâncias não constituem, porém, uma sequência cronológica, porque o tempo, simultaneamente real e ilusório, só é produzido ao longo do processo. De modo que, no ente concreto, finito e limitado, subjazem todos os tattvas e o próprio Parashiva, que, afinal, constitui sua realidade primeira e última.

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[Poema 5]



Ó asceta,

Como é difícil renunciar a Maya!

*

Quando renunciei ao lar,

Apeguei-me às roupas.

Quando renunciei às roupas,

Apeguei-me aos farrapos.

*

Renunciei à paixão,

E inflamei-me com a raiva.

Renunciei à raiva,

E enregelei-me com a avidez.

*

Quando venci a avidez,

Enchi o peito de orgulho –

Minha mente ainda presa

Na vaidade da renúncia.

*

Apenas quando a mente se aquietou,

Foi que enfim pude sorrir para Maya.

Antigas memórias e nova concentração

Fundiram-se então em minhas palavras.

*

Kabir diz: Escutai, meus bons irmãos!

Somente um em um milhão resolveu este mistério.

Nota ao Poema 5

Maya é o véu ilusório que recobre a Realidade Unitária (Brahman) e lhe dá a aparência fragmentada e múltipla do mundo fenomênico. Uma certa interpretação do advaita vedanta atribuiu a Maya uma conotação inteiramente negativa. E os vulgarizadores desse enfoque foram longe ao ponto de transformá-la em uma espécie de deusa ardilosa e enganadora. Mas tal interpretação, e mais ainda sua vulgarização, estão em flagrante contradição com a própria essência do advaita, que é a não dualidade. Se tudo é um, isto é, se tudo é divino, Maya também tem que ser! De fato, o shaiva siddhanta, que é radicalmente monista, entendeu Maya como um dos tattvas – princípios ou instâncias da manifestação divina. No caso, trata-se de um princípio de relativização, absolutamente necessário para a produção do mundo concreto.

Mas isso não significa que o shaiva siddhanta tenha pura e simplesmente aderido a Maya. Se o fizesse não seria uma escola evolutiva. Mas, sim, uma organização voltada para a produção e a reprodução da ignorância, como tantas outras que dominam a cena atual. Entendendo, dialeticamente, que a aparência tanto manifesta quanto oculta a essência, a atitude dos grandes iogues dessa linhagem desdobra-se em três momentos: tese (aceitação do mundo fenomênico), antítese (desapego em relação às exterioridades do mundo e aspiração por uma realidade interior e superior), síntese (engajamento na transformação do mundo, de modo que, sem deixar de existir, ele venha a expressar, cada vez mais, essa realidade interior e superior, que é, afinal, sua verdadeira natureza).

Evidentemente, tudo isso é muito mais fácil de dizer do que de fazer. E o poema em pauta descreve, de maneira magistral, toda a dificuldade que deve enfrentar aquele que se atreve a nadar contra a corrente. Como a bailarina dos sete véus, cada vez que se despe de um, a divina Maya exibe outro.

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[Poema 20]



Ó minha alma, para onde pretendes navegar?

Não há viajante a quem seguir, não há roteiro.

Que oceano atravessarás, em que praia descansarás,

Se não há mar, não há barco, não há barqueiro?

*

Se não há lugar, se não há hora, se não há meios,

Como acharás a água capaz de saciar tua sede?

Sê forte e volta-te para o interior de ti mesma:

Lá encontrarás chão firme, lá construirás tua sede.

*

Kabir diz: Põe toda imaginação de lado,

E permanece impassível naquilo que és.

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[Poema 92]



À espera de seu esposo ausente, a esposa fia e tece.

Suas mãos são bailarinas rodopiando entre os fios.

*

Ao encalço do Amado, também eu crio um tecido.

Minha roca diz “amor”, meu tear, “conhecimento”.

*

Dia e noite em meu ofício, me derreto de saudade.

As lágrimas que derramo deixam o pano molhado.



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[Poema 10]



Para ti teceste o meu amor, ó Faquir!

Eu dormia, pesado, em meu quarto, e me despertaste,

Acordando-me com tua voz, ó Faquir!

Eu me afogava no oceano deste mundo, e me salvaste,

Soerguendo-me com teu braço, ó Faquir!

Eu estava vinculado aos meus hábitos, e me libertaste,

Dizendo uma palavra, não duas, ó Faquir!

*

Kabir diz: Tu uniste teu coração ao meu, ó Faquir!



Nota ao Poema 10

A palavra “faquir”, que deriva do árabe faqr (“pobreza”), é utilizada, no sufismo, para designar, principalmente, os derviches errantes, que se libertam de suas posses e vínculos mundanos para seguir o caminho do autodesenvolvimento. Seu equivalente, no hinduísmo, é o sadhu – aquele que se dedica a uma sadhana (disciplina espiritual). Os ‘”faquires” de circo, deitados em camas de pregos e enrodilhados por serpentes, são apenas ingênuas caricaturas desses buscadores da verdade. No poema, fica claro que Kabir não se refere a um aspirante, mas a um mestre inteiramente realizado, capaz de ter operado sobre ele todas as drásticas transformações mencionadas. Para os devotos de Babaji, a alusão ao mahavatar é evidente. Existem notáveis semelhanças entre os relatos feitos por iogues e sufis acerca de Babaji e de Khidr, respectivamente. Ambos são descritos como “eternamente jovens”. Ambos são qualificados como “misteriosos”, pelo dom de aparecerem e desaparecerem quando bem entendem e realizarem muitas outras ações extraordinárias. Ambos recebem os qualificativos de “mestre dos mestres” e “guia dos profetas”. E os paralelos não se restringem a estes.



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[Poema 51]



Ó amigo! Como anseio pelo encontro com o Amado.

*

O vento outonal derrubou as flores viçosas de minha juventude,

A dor da separação é um espinho cravado em meu peito,

Perco-me nas aleias do conhecimento ocioso.

*

Mas, imperfeito como sou, recebi uma mensagem do Amado.

Suas frases, suas palavras, não devo, não posso repetir.

Só digo que me libertaram do temor da morte.

*

Ó amigo! Recebi, como dádiva, o Imortal.

Nota ao Poema 51

Assim como ocorre no taoísmo chinês, e também na alquimia ocidental, a ideia da imortalidade física é um forte componente do shaiva siddhanta indiano. Conforme a tradição, um dos atributos do mahasiddha, que realizou de maneira plena todas as possibilidades divinas latentes no humano, é a imortalidade. Tal condição nunca é um prêmio pessoal, mas uma graça que, por meio do grande mestre, se distribui para a humanidade inteira. Babaji, dizem seus devotos, seria um dos imortais, presente neste planeta, em seu corpo físico transmutado, desde o século III d.C.

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[Poema 30]



Em certa árvore há um pássaro, que canta a alegria da vida.

Quem sabe onde fica tal árvore? Quem conhece o refrão de seu cântico?

Onde os galhos projetam uma sombra profunda, lá ele pousa e repousa.

Chega ao descer o crepúsculo e parte ao erguer-se a aurora.

*

Quem sabe que pássaro é esse que canta dentro de mim?

Não é colorido nem incolor. Não tem contorno nem estofo.

Ele pousa na sombra do amor e repousa no inatingível.

E ninguém é capaz de prever em que momento virá.

*

Kabir diz: Ó sadhu, meu irmão, profundo é este mistério.

Deixa que os sábios descubram onde tal pássaro se esconde.



Nota ao Poema 30

A aparição do “pássaro cantor” de Kabir antecede, cronologicamente, a do “pássaro solitário” de San Juan de la Cruz (1542 – 1591). Embora as características de ambos se assemelhem muito, o indiano emprestou à sua ave simbólica uma expressão mais alegre. Assim o grande místico espanhol enunciou as cinco propriedades do “pássaro solitário”: “a primeira é que ordinariamente se coloca no local mais alto; a segunda é que sempre volta o seu bico para o lugar de onde vem o ar; a terceira é que geralmente está só e não admite nenhuma outra ave junto de si, senão que, pousando alguma por perto, logo se vai; a quarta é que canta muito suavemente; a quinta é que não é de nenhuma cor determinada”.



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[Poema 74]



Ó coração!

O que sabes dos segredos desta cidade?

Na ignorância chegaste; na ignorância partirás.

*

Ó companheiro!

O que fizeste da vida que te foi dada?

Colocaste sobre a cabeça um saco de pedras,

E esperas por alguém que te alivie o peso;

Teu Amigo te aguarda na outra margem do rio,

Mas nunca pensaste em como alcançá-lo;

Teu barco quebrou, continuas sentado cais,

E perdes teu tempo inquietando-te com as ondas.

*

O servo Kabir te pede que considere:

A quem recorrerás no último instante?

Estarás só e colherás os frutos que semeastes.



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[Poema 96]



Ó amigo, pensa bem! Se amas, por que dormes?

Se O achaste, por que não te entregas completamente?

Se queres mantê-Lo em teu coração, por que O deixas escapar?

Por outro lado, se o sono te pesa nos olhos, por que perdes teu tempo

Alisando os lençóis e ajeitando os travesseiros?

*

Kabir diz: Falo-te das coisas do amor!

Se, por amor, deves entregar a cabeça, o que esperas?


Fonte: http://josetadeuarantes.wordpress.com/2012/03/22/12-poemas-de-kabir/