segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Virtudes da coragem no caminho do guerreiro

Alegria, felicidade, harmonia e paz
residem na sua capacidade de viver corajosamente 
de acordo com sua ideologia.
Estes atributos advém de um sentido de integridade
e respeito para consigo próprio e para com o próximo.

Perdão, compaixão e complascência
são análogos à auto-importância, auto-piedade
e à auto-estima. 
Ser impecável aos seus próprios olhos e andar
no caminho do auto-aperfeiçoamento,
diminui a necessidade de se pedir perdão.

Compaixão verdadeira não é um sentimento,
mas uma ação energica diante do sofrimento alheio.
Observar o sofrimento de outrem, e sentir pena,
é o mesmo que sentir pena de si mesmo,
sem fazer nada para mudar a própria realidade.
Trata-se de uma atitude híbrida e falseada.

No caminho do guerreiro abandona-se a compaixão sem ação,
ou os sentimentos de piedade e complascência.
Vale-se então de um senso de praticidade ativa.
Abandona-se também a culpa pessoal a do próximo.
A sobriedade aparece livre de sentimentalismos 
e age na direção do auto-aperfeiçoamento,
ao invés de um pedido solene e híbrido de perdão.

Chave para a verdade pessoal


viva corajosamente seus sonhos!

seus sonhos são a chave para sua verdade pessoal.

se não sonhar corajosamente, se perderá no pesadelo coletivo.

no pesadelo coletivo perde-se o amor pela vida;

passa-se então a procurar pela morte através de doenças,

ou estando no meio de calamidades.


teu espírito não tolera mentiras!

seus sonhos são suas verdades pessoais.

não viver corajosamente seus sonhos,

faz com seu espírito se desprenda de si mesmo

indo a procura de um novo corpo,

de um novo tempo, um novo espaço e uma nova persona

que abarque com sua verdade.

em espírito e verdade se aproximas do infinito.

viver sua verdade corajosamente é a impecabilidade.

a impecabilidade é o caminho do guerreiro!


satyavan

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Esconderijo Sagrado


tudo o que de Deus descobrir
esconde bem no seio do teu ser
afasta dos teus lábio e do ouvido de outrem
pois quando a alguém O revelar
um Deus só não mais há de haver
a comparação nascerá
e com ela a cobiça e a guerra também
por isso, teu Deus é teu, só teu
não o reveles a mais ninguém
para que possa continuar sendo Ele um só Deus.

*

outro igual a Si mesmo nunca O gerou
mas quanto a ti e a mim, em muitos multiplicou
espalhou-Se em cada um, sem Se repetir
para em silêncio profundo, quando do eu me despir
restar um único Eu, sem mim ou ti!

*

revele o Eterno no teu agir
esconda de teus lábios Seu Nome
pois tal, como O revelou a ti
é um segredo entre tu o Sem Nome;
quando pois ao vento O confessar
encontrará uma barreira para não transpor
esta está no coração de teu irmão
que O ouviu em um outro tom...
guardando o Eterno no local secreto
cessa-se a guerra, a comparação e a miséria

*

não te aprece em iluminar teu irmão
a luz que possui, o possui ele no mesmo quinhão
se o véu que a oculta é mais grosso que o teu
a chuva, o sol, o vento e o tempo
o puirão antes de todo o fim.
que tua luz ilumine a ti mesmo então
se assim proceder de nada terá medo
e até sob tua própria sombra encontrarás sossego.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

St. Paul and the Huia

Esta pintura foi feita por um amigo muito querido que é ministro da Igreja Anglicana em Londres.


Saint Paul is seen holding his letters upon which Saint Paul’s Cathedral is carried. Above him is his tent and on his shoulder an exotic bird. The Huia, an indigenous bird of Aotearoa, New Zealand is clearly not a typical orthodox image but I have included it for an important reason. The Huia, above all other species in the forest, was sacred to Maori. It was believed a gatekeeper to the seventh heaven and was also closely associated with the great chiefs of the land and only chiefs of distinction could properly wear its tail. When it became rare Maori declared it tapu (sacred) but sadly this was not enough to save it as its tail feathers became sought after in Europe as well. The Huia became extinct in the early part of the 20th century. As well as its plumage the Huia’s call was very beautiful. The Huia that sits on Saint Paul’s shoulder reminds us that even though its song has been silenced, we are all still called to listen for the inspired beauty of God’s song found in creation and Holy Scripture. The flowers on St Paul's tent encourage us to smell the sweet scent of heaven. St Paul himself looks directly at you the viewer. He waits to hear what you have to say. His hand which is about to bless points towards heaven and also appears to be waving. The swirling pattern on his right side is the koru. An image inspired by a unfolding fern frond it symbolises eternal life.

Regan O'Callaghan
The artist

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Yoga da Natureza

(Glossário com palavras em Sânscrito ao fim do texto)

Desde tempos imemoráveis, quando os Rigvedas eram tecidos nas altas e frias montanhas dos Himalaias e no Vale do Indo, yogues, rishiis e xamãs viviam em contato íntimo com a Natureza. Imersos em profunda contemplação, mergulhavam nas profundezas de suas mentes, despertando percepções cada vez mais refinadas sobre si mesmos, sobre o funcionamento de seus órgãos físicos e sutis. Com seus ouvidos aguçados pelo profundo silêncio, escutavam o inaudível – sons secretos do desabrochar de pétalas capazes de fazer flutuar a natureza das emoções e dos pensamentos. 

A imensa serenidade dessas presenças ali atraía animais e bestas, e viviam em profunda harmonia e mútua observação sob a crua lei de Prakrit. Desta estreita relação, um ‘liila’ surgiu, um jogo-dança de imitações entre observador e observado, uma brincadeira mágica que perduraria até os tempos chamados hoje, aqui e agora.

Ao término do liila, quando de volta ao silêncio, lótus desabrochavam com uma nova canção; tons que faziam flutuar a mente e até a levava à suspensão. Outros agora eram os pensamentos e as emoções, e outra era também a profundidade da percepção.

Mestre conta pra discípulo o que sentiu e ouviu, e de boca pra ouvido inicia-se uma nova transmissão: flexões, torções, movimentos, hora de animais, hora da água, dos astros e dos ventos, sobre árvores, folhas e rochedo a ciência das posturas confecciona-se pelo tempo... nascem asanas, pranayamas, mudras, dharanas e dhyanas e outros saberes que pela história se esqueceram.

Sadashiva, o avatar príncipe e guerreiro, dedica-se a juntar todo este conhecimento, montando uma prática capaz de deixar sutil até o homem mais grosseiro. De tanto a tudo imitar, soube que de tudo havia em si – dentro do corpo e da mente, coube de repente o Universo inteiro. Num yoga de êxtase, o Samadhy convergiu Criador e criatura numa experiência indescritível e única que da memória humana jamais se apartou, a saudade de retorno à Satya, do atman, a verdadeira casa.

Acabaram-se então as asanas, os mudras e as sagradas práticas? Fez o tempo o seu tratado, selado e fechado para pelas gerações para sempre ser copiado? Penso que não. Selado e fechado foram nossos sentidos, pois compramos tudo enlatado. Ao abandonar a fonte de inspiração, vivemos das lembranças de quem as tiveram... talvez nosso próprio atman antes de adormecer. Todavia algo me diz, que se do sono despertarmos e à Mãe Natureza novamente nos juntarmos, um novo yoga há de surgir, capaz de nos fazer lembrar até do não vimos - das sagradas tradições, do Jardim Primordial e até da origem do Universo.

Glossário:
Asanas: posturas de yoga;
Atman: alma individual;
Dharana: concentração;
Dhyana: meditação;
Liila: jogo cósmico; o esconde-esconde entre criatura e criador, maia, a ilusão da separação;
Mudra: gesto ou selo;
Prakrit: a força da Natureza, a Criação – Brahma, o Todo, é composto de Shiva, a Consciência e Prakrit (ou Shakti), a Energia, as coisas criadas;
Pranayamas: técnicas de respiração;
Rigvedas: escrituras sagradas mais antigas da Índia e talvez do mundo;
Rishiis: sábios santo que contribuem para o avanço do Dharma, da evolução da vida;Samadhy: liberação, iluminação, salvação – um estado de consciência além da mente.

Texto por: Satyavan - Rogério Meggiolaro (Copyleft - pode ser copiado desde que a fonte seja citada.) email. satyavancyber@yahoo.com.br

Princípios Éticos do Yoga

O ingresso no universo do Yoga, como no de tantos outros sistemas Orientais desta natureza, requer o conhecimento e a prática de certos preceitos éticos. Este é um compromisso firmado entre o praticante e sua própria consciência em utilizar todos os poderes adquiridos para o bem estar de todos os seres viventes. Estes preceitos são:

Yama – Controle / Ética Social Ahimsa – Não ferir ou magoar, intencionalmente, qualquer ser, seja por pensamento, palavra ou ação.

Satya – Manter-se no espírito da verdade, tendo em vista o bem estar do próximo.

Asteya – Não se apossar, física ou mentalmente, de objetos alheios; nem, por omissão, privar outros do que lhes é devido.

Brahmacharya – Manter a ideação na Consciência Suprema. Considerar tudo ao seu redor como uma manifestação da Consciência Suprema.

Aparigraha – Não acumular bens desnecessários; não ser indulgente consigo próprio.

Niyama – Auto-Controle / Ética Pessoal

Shaoca – Limpeza do corpo e da mente. A limpeza da mente é conseguida fazendo-se serviço ao próximo, expressando-se amabilidade aos seres vivos e esforçando-se para manter a mente no fluxo espiritual.

Santosa – Manter o equilíbrio e o contentamento em quaisquer circunstâncias.

Tapah - Servir a humanidade visando atingir a meta espiritual.

Svadhyaya – Desenvolver a prática da leitura espiritual, procurando compreender claramente o significado dos ensinamentos.

Iishvara Pranidhana – Fazer da realização espiritual a meta suprema da vida e esforçar-se sinceramente para alcança-la através das práticas espirituais.

"Sem Yama e Niyama, Sadhana (prática espiritual) é uma impossibilidade, por isso todo Caminhante da Bem-Aventurança deve seguir Yama e Niyama." Shrii Shrii Anandamurti

Texto por: Satyavan - Rogério Meggiolaro (Copyleft - pode ser copiado desde que a fonte seja citada.) email. rogeriomgs@gmail.com

Um tanto de saber sobre o Yoga

Definir o Yoga ou versar sobre esta milenar arte é trabalho árduo, todavia deveras prazeroso. Sua longevidade e permanente presença no tempo falam por si só sobre a riqueza e significância destes saberes que nasceram no Oriente antigo, mais precisamente onde hoje se situa a Índia e seus países visinhos.

Hoje, quando pensamos sobre o Yoga no Ocidente, nossas mentes imediatamente se remetem a uma atividade física cheia de complexas posturas, à meditação, às práticas de despertar poderes latentes da mente e até mesmo aos atos corajosos dos faquires. Tudo isso certamente faz parte do emaranhado universo do Yoga, mas nenhuma destas pequenas frações pode definir o Todo que as contém.

A palavra Yoga, em Sânscrito, significa ‘União’ ou ainda ‘Unificação’. Este significado pode ser compreendido através de muitas lentes, todavia me limitarei a citar um Sutra, um ‘verso’, do Mestre Yogue Shrii Shrii Anandamurti que define o Yoga de forma sintética e profunda:

‘Samyogo yogo ityukto jiivátmá paramátmánah’
Quando a consciência unitária e a Consciência Suprema se fundem em uma, isto é verdadeiramente Yoga.

Assim sendo, Yoga se trata de um sistema de práticas que visa promover a união entre o indivíduo e seu Criador. Acima de qualquer esfera, o Yoga é uma prática espiritual, mística e de natureza transcendental. Há quem considere o Yoga como um caminho para a iluminação da consciência; há, entretanto, quem entenda o Yoga como a própria iluminação.

Seja qual for o nível de aprofundamento de cada um neste vasto sistema de práticas, estas ‘unificações’ hão de acompanhar qualquer praticante: seja a simples união da respiração com os movimentos, seja a união entre o que se pensa, o que se fala e a forma como se age, como uma profunda sensação de unidade com toda a Natureza manifesta, ou seja ainda como a união mística entre o pequeno eu com o Grande Eu Sou, esteja certo de que muitas das idiossincrasias que hoje permeiam a complexa mente humana serão integradas e encontrarão uma profunda sensação de paz e equilíbrio.

Alguns Yogas

Cada escola de Yoga enfatiza um sistema de práticas para atingir determinado fim. Conheça alguns deles:

Hatha Yoga – visa o bem estar do corpo e da mente por meio de práticas físicas como ‘asanas’ (posturas), alimentação, limpezas e purificações.

Raja Yoga – o Yoga Real, sistema de práticas mentais como concentração, atenção, percepção e acima de todas, a meditação.

Jnana Yoga – o Yoga do conhecimento através da discriminação entre o que é eterno e permanente e o que é transitório e passageiro. Trata-se de um sistema altamente filosófico.

Karma Yoga – o Yoga da ação. Por meio de suas práticas, o aspirante se devota a agir sem esperar colher o resultado de suas ações, como se fosse simplesmente um ‘braço do Supremo’.

Bhakti Yoga – o Yoga do amor, conhecido por ser o caminho mais rápido para a iluminação, pois busca envolver-se com tudo o que existe no universo com a ideação de que cada ser ou objeto é uma manifestação do próprio Ser Supremo.

Mantra Yoga – o yoga dos sons, se tratando de uma pesquisa profunda e poderosa sobre as vibrações sonoras por detrás de tudo que existe.

Yantra Yoga – o Yoga das formas, estuda a influência das mais diversas geometrias sobre a mente humana. Dentro deste conhecimento estão as Mandalas e os símbolos sagrados de muitas tradições espirituais do planeta.

Tantra Yoga – talvez o mais antigo dos Yogas, nascido de um xamanismo remoto, tem como objetivo a expansão da mente e a liberação de todas as amarras, credos, dogmas e limitações que encobrem a natureza da verdadeira essência de tudo o que há. É o caminho dos guerreiros, a luta da vida contra a morte, da verdade sobre a ignorância.

Kundalinii Yoga – sistema de elevar a energia primordial que reside na última vértebra da coluna, através dos centros psíquicos – chakras – até que alcance o mais elevado, situado no topo da cabeça. Quando isso se dá, acontece o Samadhi, ou Iluminação, um estado além da compreensão da mente.


 Texto por: Satyavan - Rogério Meggiolaro (Copyleft - pode ser copiado desde que a fonte seja citada.) email. rogeriomgs@gmail.com