No texto de hoje, gostaria de refletir sobre três estágios de expansão da mente vivenciados pelos aspirantes espirituais em sua jornada rumo à auto realização.
O primeiro estágio de expansão da mente se
refere a um certo êxtase diante da aquisição e reprodução de conhecimento.
Aqui, o aspirante espiritual se depara com uma vasta quantidade de informações
que apontam para a Meta Suprema. Ele ou ela sente uma forte necessidade de ler
livros, participar de seminários e palestras, assistir documentários, fazer
pesquisas sobre assuntos que discorram sobre as capacidades inerentes à mente.
Se encanta o aspirante espiritual em saber que pode atingir estados muito
superiores ao que se encontra no momento presente e, ao sentar em uma roda de
amigos, deleita-se em citar as informações adquiridas, argumentar, parafrasear
autores renomados. Sente a profunda necessidade de que os demais saibam
"das coisas" e que saiam da ignorância. Este estágio é marcado pela “crença”
a respeito de algo maior.
Há, no entanto, um momento em que percebe
que toda a informação que adquiriu é, por si só, híbrida; não é capaz de o
fazer avançar ou expandir de fato suas capacidades mentais. Acredita que pode avançar,
mas se dá conta que desconhece os “meios” para o fazer. Percebe que acreditar e
citar textos e autores é insuficiente para se auto realizar. Necessita
descobrir as técnicas e os métodos que levaram tantos seres à auto realização. Dá-se,
então, início ao caminho da disciplina, da técnica e do método – o caminho do
Yoga.
Ao ser iniciado nas disciplinas yóguicas, o aspirante espiritual se vê diante de uma nova aventura, cheia de desafios, entre eles o de pôr em suspensão todas as suas crenças e conhecimentos adquiridos, atendo-se somente à auto-observação. Deve evitar a qualquer custo a tentação de formar ideias novas sobre si mesmo, sobre os outros, sobre o mundo – não lhe é mais permitido “crer”, somente observar, sentir, presenciar. Nota que necessita do conselho de yogues mais experientes para discernir de forma crítica sobre a legitimidade de seu avanço em contraste com a tendência inerente à auto ilusão, mecanismo clássico do funcionamento da mente humana. Não raro, encontrar-se-á em profunda solitude, comungando consigo mesmo e com a Consciência Suprema. Mesmo na companhia de outros se sentirá só, desejará estar só, e compreenderá que a profundidade e a velocidade de seu avanço dependem de seu recolhimento solitário e dedicação à autodisciplina. Nota que é a “sinceridade” de sua prática que lhe provê o magnetismo necessário para atrair os recursos para cada próxima etapa de seu progresso.
Este estágio pode durar algumas vidas, e
culmina no auto aperfeiçoamento do Ser. Através da autodisciplina, o aspirante
espiritual conquista a Natureza, os cinco elementos que compõe seu corpo e a
matéria, os sentidos e converte sua mente da condição de traiçoeira para sua maior
aliada, aniquilando sua força de auto boicote. Pela observação e experiência
direta, compreende o funcionamento das Leis que regem a Vida e a Ordem Cósmica.

O Tantra é certamente o caminho de todos os
Budas, o caminho sem caminho. Há somente o caminhante e a Consciência Suprema,
e ambos unificados em Um só Ser. Este estado de auto realização é o direito de
nascimento de todos os seres, o desiderato único de toda a criação. Todas as
pessoas inteligentes se lembram disto a todo o tempo e aceleram o passo rumo à
auto realização do Ser. Como ensina meu Amante Supremo, a vida humana é muito
curta, portanto, aproveite cada oportunidade possível para desenvolver-se
através de disciplinas e práticas espirituais.
BABA NAM KEVALAM – TUDO É O SER SUPREMO
Profundo Namaskar
Satyavan Rogério
Dedicado aos pés de lótus de meu Amado
Anandamurti, para o bem de todos.
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