domingo, 11 de novembro de 2007

Carta a um amigo da alma

Que a entrega se dê na senda do verdadeiro amor... na paixão, o compartilhamento; na sedução, todavia, o engôdo - de quem seduz e de quem se deixa seduzir, pois quando assim se faz é porque energias afins encontraram pura ressonância.
Não há culpa, há sim a busca daquilo que se oculta por detrás das palavras, aquilo que é visto só pela alma.
Por um lado a moral é como éter, do outro, como a rocha. Que o equilíbrio se faça sem farsa.
Espero nada esperar, mas que o desprezo que sucede as conquistas seja rápido e não leve a alianças feitas na ilusão.
Converta as oscilações do coração em clareza de propósito, de integridade, ou que se rasgue com energia as cortinas que ocultam a fragilidade do eu.
Ama-te a ti, sobre todas as coisas, com o amor legítimo do Supremo e estarás pronto para dar o que tanto prometes, mas que ainda não tens.
Que neste capítulo se desfaçam príncipes e princesas.

Já ensinaste um truque a um animal domesticado?
Sentiste-te orgulhoso de o fazer obedecer-te?
Para que te serviu tal ato?
Silencio meu paladar.

Tudo o que conclamo a ti, o faço a mim primeiro, pois o que corre pelas tuas veias corre pelas minhas também... assim como ti, sou um Adamita.

O lema agora, no que concerne a elevação do eu ao seu estado superior, é que a integridade se faça ao próprio dano.
A escolha é por tornar-te teu próprio mestre ao invés de assim o ter o karma.
Nem tudo é relativo quando se trespassa a tridimensionalidade do olhar, pois mesmo a relatividade é sustentada pelo Eterno e Imanente Um.
Nas correntes do não-tempo reinam paz, amor, verdade, equilíbrio e outros atributos revelados até então só em metáforas.
Se o príncipe sobreviver à avalanche do não-tempo é porque teve coragem de, por sangria, depurar-se de todo veneno, preenchendo suas veias com luz ao invés de desejo e personalidade.
Luz azul é o que deve correr nas veias para se tornar um Rei à altura do trono almejado.
Impessoal, translúcido, compassivo, idílico e livre de toda personalidade.
Talvez tenha chegado hora de coisas impossíveis acontecerem, ou, de acordo com a predileção de cada um, não!

Saúdo hoje o livre-arbítrio... e seu tão esperado fim - para que a Verdadeira Vontade do Pai se cumpra através de todas as Suas faces, a saber, a face de cada um dos Seus filhos e filhas.

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